Conheça os principais iyalorixás e babalorixás do Candomblé no Brasil

Candomblé Conceitos e Definições
13 de junho de 2018

Conheça os principais iyalorixás e babalorixás do Candomblé no Brasil

Por Pai Marcellus

(www.imperiodemariamulambo.com.br

Candomblé é uma religião derivada do animismo africano onde se cultuam os orixás, voduns ou nkisis, dependendo da nação.Sendo de origem totêmica e familiar, é uma das religiões de matriz africana mais praticadas, tendo mais de três milhões de seguidores em todo o mundo, principalmente no Brasil.[2] Também é possível encontrar o chamado povo do santo em outros países como Uruguai, Argentina , Venezuela, Colômbia, Panamá, México, Alemanha, Itália, Portugal e Espanha.

Cada nação africana tem, como base, o culto a um único orixá. A junção dos cultos é um fenômeno brasileiro em decorrência da importação de escravos onde, agrupados nas senzalas nomeavam um zelador de santo também conhecido como babalorixá no caso dos homens e iyalorixá no caso das mulheres.

A religião tem, por base, a anima (alma) da Natureza, sendo, portanto, chamada de anímica. Os sacerdotes africanos que vieram para o Brasil como escravos, juntamente com seus orixás/nkisis/voduns, sua cultura, e seus idiomas, entre 1549 e 1888, é que tentaram de uma forma ou de outra continuar praticando suas religiões em terras brasileiras. Foram os africanos que implantaram suas religiões no Brasil, juntando várias em uma casa só para a sobrevivência das mesmas. Portanto, não é invenção de brasileiros.

 

5) Joãozinho da Goméia. João Alves Torres Filho nasceu em 27 de março de março de 1914, na cidade de Inhambupe, Bahia. Filho de Pais católicos, chegou a ser coroinha. Aos dez anos, deixou a casa dos pais e foi trabalhar em Salvador. Lá conheceu uma mulher que

O baiano João Alves Torres Filho foi um dos pioneiros do candomblé na região Sudeste do país / Divulgação

O baiano João Alves Torres Filho foi um dos pioneiros do candomblé na região Sudeste do país / Divulgação

considerava como sua madrinha, ela o levou pela primeira vez a um candomblé, o terreiro de Severiano Manuel de Abreu, o lendário

Jubiabá, citado por Jorge Amado em uma de suas obras. Foi iniciado na nação Angola no dia 21 de dezembro de 1931. Foi um dos mais famosos Babalorixás do Brasil entre as décadas de 1940 a 1960. A rua Goméia, onde fundou seu primeiro terreiro no bairro de São Caetano, na Cidade Baixa de Salvador, lhe deu o sobrenome que carregou durante toda a sua vida. Sua fama atingiu todo o país quando se mudou para a cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro. Joãozinho da Goméia foi um dos mais importantes e polêmicos divulgadores do Candomblé nos anos 60, fazendo da mídia e das artes seus grandes aliados. Faleceu em 19 de março de 1971, em São Paulo. Foi enterrado no cemitério de Duque de Caxias.

 

 

4) Olga do Alaketu. Olga Francisca Régis nasceu em Salvador, em 1925 e faleceu em 29 de setembro de 2005. Foi uma iyalorixá de Candomblé do Terreiro Ile Mariolaje em Matatu de Brotas, Salvador, Bahia. Mãe Olga era filha de Dionísia Francisca Régis, descendente de Otampê Ojarô, herdeira da linhagem real africana Arô, do antigo reino de Ketu, ex-Daomé, hoje área do Benin, na África Ocidental. Também foi batizada e crismada pela Igreja Católica. O Alaketu é uma comunidade que a sucessão do sacerdócio se processa sempre dentro da linhagem de descendência direta de sua fundadora.

 

3) Pai Agenor. Agenor Miranda Rocha nasceu em Luanda, Angola, dia 8 de setembro de 1907 e faleceu no  Rio de Janeiro, em 17 de julho de 2004). Foi iniciado aos cinco anos de idade por Mãe Aninha, Iyalorixá fundadora dos terreiros Axé Opô Afonjá de Salvador e do Rio de Janeiro. Era professor catedrático aposentado do Colégio Pedro II, estudioso  do candomblé, o brasileiro que mais conheceu a herança e a cultura afro-brasileira. Pai Agenor foi protagonista do filme “Vento Sagrado” . O filme, produção brasileira de 2001, mostra Pai Agenor em sua casa no Engenho Novo, subúrbio do Rio de Janeiro, onde figuram desde imagens de São Francisco, Buda, Oxalá e outras divindades do candomblé. É no local que ele recebia visitantes em busca de aconselhamento e jogava búzios. Dentre as homenagens que recebeu está a Medalha Pedro Ernesto, no Rio de Janeiro.

 

2) Mãe Stella de Oxossi. Maria Stella de Azevedo Santos nasceu 2 de maio de 1925, em Salvador. É a quarta filha de Esmeraldo Antigno dos Santos e Thomázia de Azevedo Santos. Érfã em tenra idade, foi adotada pela irmã de sua mãe D. Archanja de Azevedo Fernandes, esposa do tabelião e proprietário de cartório José Carlos Fernandes. Foi iniciada por Mãe Senhora em 1939 e tomou posse como Iyalorixá do Ilê Axé Opó Afonjá por morte de Mãe Ondina de Oxalá. É a quinta sacerdotisa do Candomblé de São Gonçalo do Retiro, dirigindo o Opó Afonjá desde o dia 19 de junho de 1976. Mãe Stella estudou no tradicional colégio baiano Nossa Senhora Auxiliadora. É enfermeira aposentada (funcionária pública estadual) formada pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, com especialização em Saúde Pública. Exerceu a profissão por mais de trinta anos. Notabilizou-se por ser a primeira iyalorixá de um terreiro tradicional a combater o sincretismo religioso com a Igreja Católica. Em 1980 fundou o Museu Ohun Lailai: o primeiro de um terreiro de candomblé, auxiliada pela psicóloga Vera Felicidade de Almeida Campos, a Oni Kowê do Opô Afonjá. Sacerdotisa de vanguarda é respeitada por suas idéias no longo do território nacional e muitos outros paises. Tem proferido palestras e participado de seminários em diferentes partes do Brasil e do mundo. Em 2001 ganhou o prêmio jornalístico Estadão na condição de fomentadora de cultura. Em 2005, ao completar oitenta anos, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal da Bahia. É detentora da comenda Maria Quitéria (Prefeitura do Salvador), Ordem do Cavaleiro (Governo da Bahia) e da comenda do Ministério da Cultura.

 

1) Mãe menininha do Gantois. Maria Escolástica da Conceição Nazaré nasceu em Salvador, dia 10 de fevereiro de 1894  e faleceu em 13 de agosto de 1986).  Era conhecida como Mãe Menininha do Gantois em razão do apelido que recebeu na infância por ser quieta e franzina. A filha de Oxum imortalizada em música: além de “Oração a Mãe Menininha” de Dorival Caymi, Gilberto Gil compôs “Réquiem pra Mãe Menininha do Gantois”.  Foi a quarta Iyálorixá do Terreiro do Gantois, e a mais famosa de todas as Iyálorixá brasileiras, foi sucessora de sua mãe Maria da Glória Nazareth e foi sucedida por sua filha Mãe Cleusa Millet. Mãe Menininha entendia a religião do candomblé como  reduto de resistência da dignidade negra, da preservação da história do negro que não foi contada na escola.  Por esse motivo defendeu a preservação histórica dos locais sagrados onde estavam localizados os primeiros Terreiros de candomblé em Salvador, como por exemplo, o Engenho Velho e a Casa Branca. “Deus? O mesmo Deus da Igreja é o do candomblé. A África conhece o nosso Deus tanto quanto nós, com o nome de Olorum. A morada Dele é lá em cima, e a nossa cá embaixo”, explicava a filha de Oxum. Muitíssimo respeitada chegou a ser confidente e dar conselhos a diversas personalidades: Getúlio Vargas, João Goulart, Adhemar de Barros, Antônio Carlos Magalhães, Paulo Maluf, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Vinicius de Moraes, Gal Costa, Dorival Caymmi, Jamelão, Jorge Amado, só para citar alguns. Faleceu de causas naturais aos 92 anos de idade.

Fontes de pesquisa: https://pt.wikipedia.org

 

Os comentários estão encerrados.